segunda-feira, 19 de julho de 2010

O mestre



Também conhecido como “a cura de todos os males”, temos nosso protagonista da vez: o tempo.

“Surge infindável dúvida concernente a teus mistérios impalpáveis.
És constante e imprevisto; sabido e impetuoso.
É ai que me questiono: para que tantos impasses?
Já nos é internalizado tua crucial importância em nossas vidas;
incrustado estás em roteiros alheios à tua vontade
sendo nós, meros escravos de teus intuitos.

Ó tempo imensurável! Por que insistes em retardar?
Não basta que controles o rumo a ser seguido?
Ansiamos por respostas breves - estas que nos atormentam noite e dia!
Permanece a enfadonha espera; a única certeza é tua onipresença.
Constante, imprevista, sabida e impetuosa.”
Isadora Trilha

Falta tempo. Sobra tempo. Depende da atividade propriamente dita para se firmar em um conceito. “O tempo voa!” - dizem alguns. Metaforicamente falando, não deixa de ser uma verdade. O tempo realmente parece possuir asas imaginárias, fazendo com que este voe cegamente por aí. Porém, às vezes, estas asas cansam; preferem repousar até que surja novamente a vontade de voar. Coitado é aquele que ocupa seu ócio com a contagem de minutos, horas, dias, etc. O mestre parece não gostar de ser vigiado. Sempre que alguém se propõe a controlá-lo, este se revolta, tendendo a se demorar propositalmente. É ai que mais sofremos. Fatigados de tanto esperar, damos o braço a torcer, tentando de todas as maneiras olvidá-lo. E quando nos damos por conta, repleto de sua bondade – ora oculta – surge o tempo como uma dádiva; temos então o tão esperado momento em nossas mãos. Nos sentimos inundados pela satisfação de ter tanto esperado, e, agora, estarmos em contato com o objetivo. E então, tudo volta a ser como anteriormente dito.

Falta tempo. Sobra tempo.

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