quarta-feira, 28 de julho de 2010

Mudanças

Mudanças são inevitáveis ao longo de nossa vida, sendo estas essenciais para nosso crescimento pessoal. Nada de muito especial, ou que pudesse ser levado em conta havia balançado com minhas estruturas até então.
O ano de 2010 iniciou prometendo muitas novidades. Pela primeira vez em minha vida tive experiência profissional, "trabalhando" como estagiária da 2ª Vara Judicial do Fórum de Rio Pardo. As aspas se dão em função de eu não ter recebido pelo meu "trabalho". No Fórum iniciamos como estagiários voluntários, e assim que surgir alguma vaga, o cargo passa a ser remunerado, sendo este reconhecido pelo Poder Judiciário.
Fora uma experiência demasiadamente importante para mim. O aprendizado não foi limitado ao conteúdo jurídico propriamente dito. Muito pelo contrário, me auxiliou com questões atinentes à responsabilidades, maturidade, relações pessoais, etc. Eis que surge outra grande mudança repentina: decido que o Direito não é o que desejo para meu futuro, e abandono estágio e faculdade subitamente para me dedicar à Comunicação. Não me arrependo de forma alguma por ter tomado tal decisão, uma vez que além da bagagem experimental que trarei comigo, acabei conhecendo pessoas maravilhosas, com as quais criei vínculos de amizade extremamente fortes.



Não contente com tais modificações, o destino resolve dar uma guinada em minha vida novamente. Dessa vez o setor que sofreu alterações - graças à Deus! - foi o amoroso. Comecei a namorar uma das pessoas mais incríveis que já tive a oportunidade de conhecer. Eu sei, sou suspeita para dar opiniões, mas é a mais pura verdade. Tem sido uma relação intensa, que me proporciona sentimentos até então desconhecidos por mim. Enfim, se eu começar a falar disso não pararei tão cedo.
O que quero deixar claro é que, querendo ou não, estamos em constante metamorfose ao longo de nossa existência. Mais cedo ou mais tarde, mudanças acontecerão, contribuindo de alguma maneira para a nossa evolução. Não podemos esquecer, também, que muitas delas acontecem se nós tomarmos a iniciativa. A mudança pode começar propositalmente, basta querer.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Poetisa particular


Ontem à noite, logo após chegar em casa do trabalho, me deparei com mais uma confirmação de que estou no caminho certo: encontrei poemas de minha mãe, até então desconhecidos e muito bem escondidos no quarto dos meus pais.
Minha mãe é professora de Português e Literatura de Ensino Médio há vários anos. Acredito que minha veia literária origina-se disso. Compartilhamos a avidez pela leitura e a escrita; ela sempre revisou meus textos, sempre me encorajou a escrever. Me indicou livros incríveis, quais autores eu provavelmente gostaria - e nunca se equivocou nesse quesito. Quando foi preciso mostrou-me construções falhas, pontos à melhorar, assim como muito elogiou e se emocionou com minhas palavras. Enfim, realmente devo ter herdado esse interesse dela, que já me confessou sobre suas dúvidas ao sair da Escola, e seu intuito de cursar Jornalismo à alguns anos atrás. Só aí já temos alguns "sinais" de que minha escolha de profissão possui embasamentos genéticos.
Ao ter contato com seus poemas - alguns produzidos durante a faculdade, outros há pouquíssimos anos - fiquei perplexa diante de sua facilidade de expressão e habilidade com as palavras. Eis que me deparo com uma poetisa de muito potencial em minha própria casa. Já virei fã. Avisei-a que guardarei os poemas a sete chaves comigo e que iria, por várias vezes, expô-los aqui no blog, só pelo prazer de mostrar meu orgulho. Posto agora um dos que mais me agradaram.
Apreciem à vontade.

CLARO/ESCURO

Derrama-se o outono
sobre a cidade
e sobre mim,
alaranjando telhados,
verde-amarelescendo tudo que é vivo
numa explosão de luz que me cega
(a mim e a meu coração)
folhas velhas, ferruginosas
caindo, camuflando, cambiantes de vidamorte.
Caem os cabelos, os elos, os sonhos
e as máscaras!
Do azul insuportável das manhãs
resquícios de possibilidades
o pensamento poderia voar...
(talvez pudesse me encantar)
mas esboroa-se, esvai-se
retumbando a cada passo
batendo no encrespado chão marrom.
Doendo.
O arco-íris não deu certo:
anoiteci.

Por Liliane Souza, mãe da pseudo-escritora que vos fala

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O mestre



Também conhecido como “a cura de todos os males”, temos nosso protagonista da vez: o tempo.

“Surge infindável dúvida concernente a teus mistérios impalpáveis.
És constante e imprevisto; sabido e impetuoso.
É ai que me questiono: para que tantos impasses?
Já nos é internalizado tua crucial importância em nossas vidas;
incrustado estás em roteiros alheios à tua vontade
sendo nós, meros escravos de teus intuitos.

Ó tempo imensurável! Por que insistes em retardar?
Não basta que controles o rumo a ser seguido?
Ansiamos por respostas breves - estas que nos atormentam noite e dia!
Permanece a enfadonha espera; a única certeza é tua onipresença.
Constante, imprevista, sabida e impetuosa.”
Isadora Trilha

Falta tempo. Sobra tempo. Depende da atividade propriamente dita para se firmar em um conceito. “O tempo voa!” - dizem alguns. Metaforicamente falando, não deixa de ser uma verdade. O tempo realmente parece possuir asas imaginárias, fazendo com que este voe cegamente por aí. Porém, às vezes, estas asas cansam; preferem repousar até que surja novamente a vontade de voar. Coitado é aquele que ocupa seu ócio com a contagem de minutos, horas, dias, etc. O mestre parece não gostar de ser vigiado. Sempre que alguém se propõe a controlá-lo, este se revolta, tendendo a se demorar propositalmente. É ai que mais sofremos. Fatigados de tanto esperar, damos o braço a torcer, tentando de todas as maneiras olvidá-lo. E quando nos damos por conta, repleto de sua bondade – ora oculta – surge o tempo como uma dádiva; temos então o tão esperado momento em nossas mãos. Nos sentimos inundados pela satisfação de ter tanto esperado, e, agora, estarmos em contato com o objetivo. E então, tudo volta a ser como anteriormente dito.

Falta tempo. Sobra tempo.

domingo, 18 de julho de 2010

Viver requer habilidades

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector

De fato. Minhas últimas experiências apenas corroboram com o título desse post. Veremos por quê.

Ao se formarem no Ensino Médio, muitos adolescentes têm de encarar a decisão de seguir algum curso superior. Alguns dão sorte; já saem da escola com intenções claras e objetivas sobre seu futuro. Outros – assim como eu – sentem-se pressionados por fatores como família, finanças, opiniões alheias, etc, e acabam “metendo os pés pelas mãos”, entrando em cursos que não lhe agradam, e sim a terceiros.

Sempre fui comunicativa. Confesso que às vezes me acho um tanto verborrágica. As aulas de redação eram as minhas preferidas e, modéstia a parte, nunca tirei notas abaixo de 9 nesta matéria. Me orgulho disso pelo simples fato de amar a escrita e suas infinitas possibilidades de expressão. Levando em conta esses fatores, sempre me ative a pesquisar e buscar informações atinentes à área da Comunicação Social, que acredito ser a que mais se encaixa com meu perfil. Sai da escola e prontamente busquei a inserção no curso de Publicidade e Propaganda, oferecido pela UNISC.

Depois de pouco tempo de aulas, decidir mudar abruptamente para o Direito, levando em conta fatores não dignos de serem anunciados por aqui. Um ano e meio de curso, e meio ano de experiência na área jurídica depois, me fizeram perceber que este não era o caminho que sempre quis percorrer. Não me senti feliz, não me senti completa. E, de repente, tomei uma das decisões mais difíceis da minha vida: abandonar faculdade e trabalho subitamente, para ir atrás do que amo.

Hoje, um pouco mais tranquila e aliviada, acredito ter sido uma boa escolha. Estou disposta à ir fundo e entrar de cabeça – novamente – na Comunicação. Mas desta vez há outro chamado. Vou iniciar Jornalismo. Minha vocação clama por atenção há muito tempo.

Chegou a hora de agir sozinha; o que os outros almejam em relação a mim é problema deles. Eu vou fazer a minha vida.



I miss you


Sinto-me irradiada de felicidade ao lembrar-me dos momentos incríveis ao teu lado. Ao mesmo tempo em que tal sentimento me assola, o vazio criado por tua ausência invade meu peito. Eis que me dou conta da palavra que resume o que estou sentindo: Saudade.

Procuro preencher a falta com o que possa proporcionar algum prazer, porém, nada supre completamente a incrível força da tua presença em minha vida. Em meus devaneios, atenho-me a focar na tua pessoa, possibilitando que eu sinta nossa conexão, ainda, de alguma maneira.

Permaneço à espreita com sofreguidão. O tempo se faz presente como o meu maior inimigo. Quanto mais anseio por tua volta, mais ele insiste em se delongar.

Ah, a saudade! Mistura complexa de sensações em torno de um único ser; atinge-nos intensamente sem dar prévio aviso. Nada mais é do que a comprovação, expressa internamente, de que o passado – não tão distante – teve um imenso valor.